13 de outubro de 2011

Dez dias de cortiço - Ivan Jaf


O foco de Dez dias de cortiço está em Eduardo, um bem-sucedido jornalista, responsável pela edição de um suplemento de automóveis em um grande jornal carioca. Como não podia deixar de ser, o prédio - que também pode ser chamado de "cabeça-de-porco" - com 810 apartamentos conjugados, todos iguais e habitados por cerca de 2.500 "almas", merece também a observação meticulosa do escritor.

Morador de um prédio de luxo, também em Botafogo, Eduardo tinha tudo para se sentir um homem realizado. Mas, ao completar 50 anos, entra numa profunda crise existencial, resolve sair do prestigiado emprego e retomar uma pesquisa que tivera de abandonar quando jovem.
E nada vai demover Eduardo de concluir o projeto de recriar O cortiço em nossa época, escrevendo um livro-reportagem. Um funcionário do prédio, Zeca, aceita alugar seu apartamento para ele enquanto estiver viajando em férias. Durante dez dias, o jornalista vai morar com seu filho Sérgio naquele cabeça-de-porco de Botafogo. Assim como foi para Aluísio Azevedo, a pesquisa de campo torna-se essencial para o êxito desse projeto.

Sérgio é outro personagem importante na trama. Preconceituoso, ele acompanha o pai a contragosto. No entanto, aos poucos reavalia sua maneira de pensar e ajuda Eduardo a completar sua pesquisa, chegando a agir com naturalidade com alguns moradores do prédio. Dois deles, nem Sérgio nem o pai vão esquecer: Ana e Matias.


Dez dias de cortiço reserva surpresas até a última linha. Ivan Jaf conseguiu ser original mesmo se pautando numa obra de referência.

Resenha do livro:


Logo depois de completar 50 anos, Eduardo, entediado editor de um grande jornal carioca, entra em crise e abandona tudo para realizar um sonho de juventude: escrever um livro-reportagem a partir do romance O cortiço, de Aluísio Azevedo. Aluga por dez dias o apartamento de um dos porteiros do prédio onde mora, levando seu filho Sérgio.
No prédio, Sérgio conhece uma realidade social diferente da sua e se aproxima do pai, praticamente um estranho até então. Eduardo, por sua vez, redescobre um idealismo que há muito lhe parecia perdido.



FIM!

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